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ESTE BLOG ,CRIEI APENAS PARA NÓSSAS RECORDAÇÕES.PARA AQUELES,QUE ASSIM COMO EU,VIVÊNCIAMOS,E PARTICIPAMOS ,OU COMO TELESPECTADORES,FUNCIONÁRIOS,E FREQUENTADORES DO AUDITÓRIO DA ANTIGA E EXTINTA TV PIRATINI CANAL 5 MORRO DE SANTA TEREZA.ESTE,NÃO TEM FINS COMERCIAIS;MAS APENAS DE PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA DA TV.DA MEMÓRIA DA PRIMEIRA TELEVISÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.TODA COLABORAÇÃO A MEMÓRIA E A HISTÓRIA É BEM VINDA.Jota Pedroso Produções Rádio e Tv: jotapedrosoma@gmail.com
Nelson CardosoFoi o jornalista Felipe Vieira, da Band, que me ligou para dar a notícia, no fim da tarde. Havia falecido Nelson Cardoso, um dos grandes nomes do rádio antigo e pioneiro da televisão no Rio Grande do Sul.Sempre que isso acontece, olho para trás, para o longo caminho percorrido. Instantaneamente me vêem à lembrança cenas daquele passado distante, na metade final dos anos 40, quando Nelson e eu, pouco mais que meninos, começávamos nossa carreira em Porto Alegre, escrevendo programas para a Rádio Farroupilha, cujo prefixo, então, era PRH.2. Logo em seguida, ele projetou seu nome como criador e redator de coisas inesquecíveis, como Banca de Sapateiro, Qual o Nome Desta Mulher, Páginas da Vida e mais uma infinidade de outras obras-primas.Seu personagem mais popular foi o sapateiro da banca, criado inicialmente por Walter Ferreira e depois continuado até o fim por Walter Broda. Tinha no contraponto Pinguinho e Alda Cotrim, ela sucedida mais tarde por Marisa Fernanda, na pele da dengosa dona Clarinda. Mas se essas foram as figuras mais marcantes do seu repertório, Nelson Cardoso criou também bordões que se perpetuaram, como “trabalhas na casa? Descontas INPS?” Ou então, o gostoso “fritador de bolinhos em caçarola de matéria plástica”, para fustigar políticos demagogos, cujo discurso cheio de voltas não diz coisíssima alguma. Na TV Piratini, tempo ainda do preto e branco, quando o videotape ainda era delírio dos fanáticos de ficção científica, foi o produtor e realizador do Grande Teatro Philips, que aos domingos apresentava teatro de excelente qualidade, com adaptações de Tolstoi, Dostoiewsky, Balzac, Priestley, Machado de Assis, Eça de Queiroz e tantos outros. Pena que a precariedade técnica da época não guardou os registros da sua obra.Os despojos de Nelson Cardoso foram incinerados no Crematório Metropolitano. É da contingência humana. A sua contribuição, entretanto, para um rádio e uma televisão que divertisse e instruísse os ouvintes e telespectadores, ficará para sempre, a não ser que sejamos derrotados no desafio que nos é imposto nos dias que correm: a batalha contra a ignorância, a falta de ética e a mediocridade.
* Jayme Copstein é jornalista e radialista. Colunista do http://www.coletiva.net/
SAYÃO LOBATO :João Baptista Mendes Sayão Lobato nasceu em 24 de junho de 1941, em Camaquã, Rio Grande do Sul। A brincadeira favorita, quando criança, sempre foi o rádio, fazia de conta que estava narrando turfe e futebol. A família de Sayão Lobato era rica, tanto que o primeiro automóvel de Camaquã pertenceu a seu avô. Mas depois que perdeu seus familiares, ainda pequeno, Sayão conheceu um outro lado da vida. Com apenas sete anos era o único sobrevivente de uma família de quatro irmãos, pai e mãe. Sua avó foi quem o criou, mas para isso precisou trabalhar como doméstica. Sayão também precisava ajudar no orçamento dos dois. Trabalhou como engraxate, jornaleiro, chefe da torcida do Internacional e animava programas nas rádios Porto Alegre (1965) e Real de Canoas (1966) e cavalariço no Jóquei Clube de Canoas. Lá, cuidava dos cavalos de Vergara Marques (clique para ver o site) que também era chefe da equipe do turfe na rádio Itaí, que a carreira de radialista de Sayão começou. Certa vez, Jorge Rosa, locutor da apregoação do turfe na rádio Itaí não foi trabalhar no Prado e Sayão se ofereceu para cobrir o horário. Vergara Marques não queria permitir, mas depois de ouvir a gravação experimental que Sayão Lobato fez, resolveu dar um voto de confiança a ele. A receptividade foi tão boa que Sayão permaneceu nas transmissões do turfe da Itaí por anos. Tudo que Sayão Lobato conquistou não foi entregue a ele de “mãos beijadas”, ele precisou ter humildade e correr atrás do que queria. Foi assim que Sayão conseguiu entrar num dos programas mais famosos do rádio gaúcho: Itaí Dona da Noite, que ia ao ar durante a madrugada. A oportunidade surgiu com a ausência de Ari Siqueira Machado, apresentador do programa, e Sayão se dispôs a ficar no lugar de Machado. Após essa substituição, permaneceu como titular.Sayão fez escola e inventou programas que obtiveram tanto sucesso, que até hoje são copiados por outros apresentadores de rádio e televisão. Um deles era o de sair nas ruas e solicitar que as pessoas pedissem a música que gostariam de ouvir. Em 1969, a Seleção Brasileira participou da inauguração do Estádio Beira-Rio. Sayão conseguiu furar o bloqueio da segurança, pois a delegação negava-se a falar com a imprensa. Ele gravou o pedido de cada jogador, inclusive Pelé. Outro programa de muita audiência era o “Não Diga Não”, onde Sayão dava prêmios a quem conseguisse falar com ele durante dois minutos, respondendo suas perguntas, sem falar a palavra “não”. O “Troca-Troca” também faz parte da lista das brincadeiras inventadas pelo radialista, que vendava os olhos do participante e perguntava se ele trocaria o prêmio que tinha em mãos por um outro, muitas vezes pior, como uma caneta usada, por exemplo.Magrinho Elétrico era o apelido de Sayão no rádio, porque ele estava sempre muito agitado e fazendo algo diferente, criando novas modalidades de programas. Comandava o Carnaval de clubes e de rua, fazia circo, programa de auditório, shows em clubes, animava bailes. Trabalhou nas rádios: Difusora, Caiçara e Farroupilha, ***e durante dois anos na extinta * TV Piratini। Seus shows e programas tinham sempre o estilo despojado e divertido de Sayão que transformava simples brincadeiras em grande espetáculo popular। Uma de suas últimas atividades em rádio, foi na rádio 1120, no começo da década de 90.
CREDITOS
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