sexta-feira, 3 de outubro de 2008

GLORINHA , UMA FAMOSA LOCUTORA DA REDE TUPI DE TELEVISÃO














REVISTA



O



CRUZEIRO



de



26



de



setembro



1959




Glorinha dispensa propaganda
Reportagem de BADARÓ BRAGA

Começa por ter um nome bonito, de heroína de romance: Maria da Glória. Para os íntimos, essa Maria da Glória fica mais doce. É apenas Glorinha. A Glorinha de casa, para uso doméstico. Mas fora disso, é mesmo Maria da Glória, já agora em cartaz nacional de TV, onde vem brilhando como locutora. Um dia a simplicidade marcou encontro com Maria da Glória. E nunca mais a deixou. A môça é daquelas que não turvam a água para dar a impressão de que ela é profunda. Deus a fêz assim e assim vai vivendo. Vivendo e ensinando. Porque Maria da Glória, depois de conquistar (em caráter definitivo) um lugar de locutora na TV Tupi, parte agora para novas vitórias. Sim, senhores, a nossa Maria da Glória é professôra com letra grande. Montou uma escolinha no 12° andar do edifício Acaiaca, na doce paisagem mineira de Belo Horizonte. Ou melhor, no estúdio da TV Itacolomi.
Assim sendo, tôdas as sextas-feiras viaja para as históricas Minas Gerais. Lá prepara as garôtas-propagandas e locutoras também. Maria da Glória deixa sempre o traço de sua inconfundível personalidade em tudo o que faz. É um prazer vê-la em ação, na TV ou na sua cátedra. É, antes de tudo, uma professôra de simpatia. Possui uma porção de qualidades numa só pessoa: bom gôsto, dicção, inflexão, naturalidade e classe para dar e vender. Essas qualidade que Deus lhe deu Glorinha as reparte com as suas alunas. E as reparte muito bem.
Tanto assim que, graças aos seus toques, vão surgindo outras Maria da Glória através do Brasil. A professôra faz muita fé na sua escolinha. Acha que a “produção” dentro de mais alguns anos será das mais brilhantes, pois môça inteligente neste País não há falta.- Há mesmo inflação - afirma ela com o seu perfeito modo de falar.
Todo êsse trabalho, dos mais exaustivos, Maria da Glória o realiza muito bem, apesar dos compromissos inadiáveis com a TV. Por exemplo, anima um programa de duas horas que é mais que um “show”, porque é “Super-Show”. Além disso, faz entrevistas e mantém um belo programa feminino. Dedica também às crianças a sua atenção, através de um programa infantil que tem a boa marca de Maria da Glória. As recordações da infância estão sempre presentes. Daí a ternura que a famosa locutora da TV Tupi dedica ao mundo das crianças. Ela confessa que é com prazer que anima o “show” infantil. Assim é a vida de Maria da Glória. Uma vida cheia de acontecimentos, grandes e miúdos.
Môça que vive com os olhos no ponteiro do seu relógio, mesmo assim lhe sobra tempo, de noite, após seu trabalho de TV, para conversar com os bons autores. Na sua estante mora muita gente famosa: poetas, romancistas, biógrafos. (“E também filósofos”, acrescenta.) Um mundo de inteligência e cultura. Mas o sonho número 1 de Glorinha é mesmo popularizar a sua escolinha. Ela julga isso uma necessidade em face do surpreendente progresso da televisão no Brasil. Já diplomou a sua primeira locutora: Eva Linda. É a sua obra de arte. Trata-se de môça realmente muito interessante. Bonita, sugestiva e que herdou da mestra a irresistível simpatia. Sendo assim, não será difícil Eva Linda triunfar na TV.
“Naturalidade e bom gôsto” - eis a receita que Maria da Glória fornece às garôtas-propaganda। O resto pode ser adquirido, como, por exemplo, a dicção, a inflexão de voz e a própria classe. Mas naturalidade e simpatia nascem com as pessoas. Não podem ser compradas. São qualidades que levam a marca de Deus. Só Êle as dá. Eis, em história curta, Maria da Glória. Um nome bonito servido por uma inteligência brilhante. Um bom retrato sem retoque de môça brasileira. Uma garôta que dispensa propaganda.






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